8. O que é o Parecer dos Auditores Independentes? O Parecer do Auditor trata da qualidade das demonstrações contábeis em relação a: a. Práticas contábeis de aceitação geral e apropriadas às circunstâncias; b. Demonstrações e notas com informações suficientes sobre assuntos que possam afetar seu uso, entendimento e interpretação; e c. Conteúdo das demonstrações classificadas e agrupadas de maneira apropriada. O parecer compõe-se basicamente de três parágrafos: 1. identificação das Demonstrações Contábeis e definição das responsabilidades da administração e dos auditores; 2. extensão dos trabalhos; e 3. opinião sobre as Demonstrações Contábeis. 9. Em que ordem as informações do Balanço devem ser analisadas? A primeira coisa que você deve ler é o Relatório da Administração, que, adequadamente elaborado, reúne melhores condições de entendimento e apresenta uma análise corporativa, setorial e financeira. Também enfoca projeções e contém, ainda, informações do passado explicando o desempenho do período e as tendências. Em seguida, é recomendável a leitura das Notas Explicativas, que tratam do contexto operacional e das práticas contábeis adotadas de acordo com os Princípios Fundamentais da Contabilidade. Depois, você deve passar à Demonstração do Resultado, ao Balanço Patrimonial, à Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos e às Mutações do Patrimônio Líquido. As Notas Explicativas devem ser lidas em conjunto com o Balanço, pois são um detalhamento desse demonstrativo. Não deixe de ler o Parecer dos Auditores Independentes, que trata da qualidade das Demonstrações Contábeis. Nesse parecer poderão estar contidas informações que modificarão completamente sua opinião sobre a empresa. Normalmente, as demonstrações são apresentadas em colunas comparativas para facilitar a análise da evolução de um ano para o outro. Propicia, também a comparação de, pelo menos, dois anos, pois o Princípio Contábil da Consistência prevê a utilização de critérios de valorização e avaliação semelhantes. Em alguns momentos, novas colunas são criadas para mostrar a situação da empresa dentro do que manda a lei e de acordo com a inflação. 10. Qual a importância dos Princípios Fundamentais da Contabilidade? O objetivo dos princípios é garantir a comparação e a integridade das Demonstrações Contábeis e, por isso, são homologados por órgãos internacionais de contabilidade. No Brasil, além da CVM, também pelo Conselho Federal de Contabilidade - CFC, com a elaboração do Instituto Brasileiro de Contadores - IBRACON. Eles permitem a você ter uma razoável garantia de que a empresa e a administração utilizaram critérios uniformes em relação às demais empresas brasileiras e ao restante do mundo. Sem os princípios contábeis, seria uma grande confusão, pois cada empresa adotaria o seu critério e seria impossível fazer qualquer comparação entre elas. Os princípios buscam assegurar regras definidas e eqüitativas. Você deve ter em mente que a contabilidade e os critérios adotados baseiam-se no princípio geral da sinceridade e seriedade da informação contábil. 11. O que acontece com uma empresa que não obedece a um Princípio Fundamental da Contabilidade? Se o efeito da inobservância dos princípios for importante, deverá constar do Parecer do Auditor. Além disso, por ocasião da AGO (Assembléia Geral Ordinária), ela corre o risco de um acionista minoritário não aprovar as contas e, o que é pior, mover uma ação com base nos artigos 116 e 117 - abuso de poder - da Lei das S. A. Se a empresa for de capital aberto, também estará sujeita às punições previstas pela CVM. 12. Quais são os Princípios Fundamentais da Contabilidade? São dez os princípios organizados pelo Instituto Brasileiro de Pesquisas Contábeis, Atuariais e Financeiras - IPECAFI, USP - e aprovados pelo IBRACON, em 22 de Novembro de 1985: Entidade Contábil; Continuidade; Custo como Base de Valor; Denominador Comum Monetário; Realização da Receita; Confronto das Despesas com as Receitas e com os Períodos Contábeis; Objetividade; Materialidade; Conservadorismo e Consistência. 13. O que diz o Princípio da Continuidade? Este princípio considera que a empresa usa o patrimônio (máquinas, terrenos, edifícios, etc.) para atingir suas metas. Por isso, a contabilidade não leva em conta o valor de mercado dos bens usados na operação. O que interessa é saber quanto foi investido para obter os resultados. Não seria este o caso se a empresa fosse paralisar suas atividades. A descontinuidade levaria à avaliação das contas pelo valor de mercado de seus bens, direitos e obrigações. Para que seja reconhecido o estado de descontinuidade imediata ou iminente, é necessária uma avaliação minuciosa que, se confirmada, deve ser mencionada no Parecer dos Auditores. 14. O que dizem os Princípios do Custo como Base de Valor e Denominador Comum Monetário? Estes princípios determinam que os bens ou direitos devam ser registrados pelo preço pago em moeda corrente; da mesma forma, os produtos fabricados, pelo custo de fabricação. Em países com inflação, esses conceitos foram aprimorados para não prejudicar a informação contábil. Nesses casos, trabalha-se com o conceito de moeda constante, atualizando-se todos os valores para a moeda válida na data do balanço. O modelo de contabilidade prevista na atual Lei das Sociedades por Ações carrega distorções, pois junta valores de poder aquisitivo diferentes (moedas presente, futura e passada), como se estivessem expressos por um único denominador monetário. Quando são mencionados os Princípios Fundamentais da Contabilidade, entende-se que esses detalhes foram considerados, estando as Demonstrações em Moeda de Capacidade Aquisitiva Constante na data das Demonstrações Contábeis. Essa informação deve constar da Nota Explicativa de Práticas Contábeis e do Parecer dos Auditores. 15. O que são os Princípios de Realização da Receita e de Confronto das Despesas com as Receitas e com os Períodos Contábeis? Estes princípios são também conhecidos como Regime de Competência. As receitas devem ser consideradas quando auferidas - ganho líquido e certo - ainda que o recebimento se dê em outra época. A realização ocorre no momento em que os produtos ou serviços são transferidos ao cliente. É quando todo ou quase todo o esforço para obter a receita já foi feito (exceto para bens de fabricação de longo prazo, cujo resultado seria em virtude de estágios completados). Os contratos assinados ou os pedidos em carteira não estão reconhecidos no balanço porque a contabilidade trabalha com fatos que afetam o patrimônio. A simples assinatura ou o pedido recebido ainda não provocaram esse incremento. Trata-se apenas de intenções. O mesmo se dá com as despesas ou custos: são registrados proporcionalmente às receitas ou quando incorridos, independentemente da data de pagamento. 16. Qual a diferença entre custo e despesa? O custo é um gasto que geralmente agrega valor a um bem ou serviço. A despesa é um gasto que se consome sem estar diretamente relacionado com o produto. 17. O que é receita? É a remuneração obtida pela venda ou aluguel de um bem ou pela prestação de serviços. É reconhecida no momento em que a transação é feita, independentemente do seu recebimento. 18. O que é Demonstração do Resultado do Exercício? Se o balanço é uma fotografia, esta demonstração é um filme. Apresenta de que forma o lucro ou prejuízo foi apurado, ordenando as receitas diminuídas das despesas. Primeiro, as receitas de vendas ou serviços (deduzidas dos impostos sobre vendas e das devoluções). Depois, os custos do período (gastos de fábrica ou produção), as despesas (de |
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